O sertanejo sem o sertão


Do sertão era herdeiro
Batizei a mangueira
Dei nome ao curral
Apossei do vira-lata

Cruzei matas com obstáculos
Consertei pontes quebradas
Empilhei minhas botinas
Persegui a madrugada

Fui vilão do medo
Retalhei o cansaço
Gritei com a preguiça
Contive-me com a viola sem corda

Perdi Maria
Ana se foi
Luzia não quis saber de mim
E Dona Benta era muito ciumenta

Fiquei triste e indeciso
Não quis ver o sol nascer
Entrelacei-me nas lembranças
De um sertão que era tudo
E hoje já não tenho nada

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