Ser amigo



Ser amigo é ser irmão
É ser companheiro até quando
A companhia não é necessária

É falar o que pensa
Ouvir o que não esperava
Compartilhar momentos

Ser amigo é escrever uma mesma história
Com capítulos às vezes conturbados
Mas sempre com um final feliz

É relembrar com boas gargalhadas o ontem
Viver o hoje com intensidade
E fazer planos para celebrar o reencontro no amanhã

Ser é amigo é não se preocupar com a solidão
Não se importar com a quantidade
Mas sim com a qualidade do ser humano

É sorrir do nada
Chorar junto
Não viver pelo simples fato de estar vivo

Ser amigo é conhecer o infinito
A complexidade do estar perto
A cumplicidade da verdadeira amizade

É ser um vencedor
De um mundo capitalista
Que não se lembra de valorizar as pessoas

Ser amigo
É ser amigo do amigo
Tornando a vida mais simples e mais completa

A Mudança te escolhe

Ah, a mudança!
Ela que não tem medo de correr riscos
É apaixonada pelo inesperado
E não se importa do hoje ser diferente do ontem

Ela que não escolhe dia nem hora
Não se incomoda com as barreiras impostas
Faz vista grossa para a “cara feia”
Muda as vontades mas, preserva as qualidades

Ah, a mudança!
Que chega como quem não quer nada
Fala pouco e com um tom desafiador
Sorri do próprio medo

Faz a confiança desmoronar em segundos
Deixa o choro descontrolado
A personalidade abalada
O futuro mais incerto

Ah, a mudança!
Quando ela surge não adianta revidar
O jeito é abandonar caminhos
E abraçar o que ainda virá

Se ela te escolheu
Feche os olhos para o passado
Não se acorrente no presente
Viva e reviva o novo

O amor


O amor é uma melodia estranha
Que ao encontrar um complemento
Repousa na fascinação
Esquece a melancolia
E transborda o sentir de dois seres
Na fatalidade de um só sentimento

Temporal de ilusões



Eu estou desolada
Imergida em palavras doces
No esconderijo das verdades
Bem no refúgio do engano

Fui envenenada pela ilusão
Intoxicada por versos mal feitos
Empeçonhada por risos sem dignidade
Envolvida em uma história abortada

Acreditei no êxito do sentimento
Esperei pelo desejo do “para sempre”
Almejei prazeres tão nossos
Entreguei-me quando deveria ter recuado

Assassinei a minha realidade
Para viver um conto de fadas
Que com o passar das estações
Se tornou a fábula do insensato charlatão

E quando olho no espelho
Vejo refletir um ser indigesto
Que viveu um furacão de emoções
E terminou se afundando em um temporal de ilusões