Sonhos interrompidos



Foi num domingo
Ainda de madrugada
Ao som de ritmos
Em meio a danças juvenis

Vidas foram perdidas
Sonhos interrompidos
Lágrimas liberadas
E saudades eternizadas

A diversão se tornou tragédia
O desespero se fez presente
A lua, pobrezinha
Chorou por aqueles que não conseguiram se despedir

Mães ficaram inconsoláveis
Santa Maria, inconformada
E o Brasil enlutado
Por tantos jovens perdidos em tão pouco tempo

É hora de fechar os olhos
E em meio a versos tristes
Levar o consolo e o abraço
A quem aguarda as condolências

* Por meio destes versos, o Blog Poesia Impulsiva manifesta a solidariedade aos amigos e familiares das vítimas da tragédia de Santa Maria (RS). No último domingo, mais de 200 jovens morreram durante um incêndio em uma boate da cidade. Sonhos foram interrompidos e famílias desestruturadas. O Brasil chora o acontecido e a poesia também. 

Sem medo de amar



Um sorriso desmedido se fez presente
Mãos se tocaram tímidas
Os olhos, arregalados, se fixaram uns nos outros
A boca... quieta, dengosa e ao mesmo tempo impaciente
Resolveu avançar o sinal e num beijo se encontrou e se perdeu

O coração entrou em maratona
Acelerou, desconfiado
Quis [des] controlar
E por fim se entregou ao puro e verdadeiro
Anseio da vitória humana – o querer para sempre

O amor não quis saber da distância
Da saudade que parecia ser imensa
Dos versos solitários que seriam gerados
O amor quis saber dele
E nele mergulhou sem medo de ser impedido

Dois se tornaram um
O sentimento se entrelaçou
Os corpos se encontraram
E num riso tímido
O “eu” se tornou “nós”

Gonçalves Dias




Em suas mãos
A escrita ganhou cor
Os versos mais sabor
As estrofes se deliciaram em poesia

O amor foi além do sentimento
Ganhando forma
Modificando o intocável
Superando as rimas presentes

O lirismo deixou de ser singelo
Envolvendo-se em uma herança clássica
Capaz de transformar choro em riso
E renovar o romantismo adormecido

O sentimentalismo foi além dos rabiscos
O pessimismo pediu licença
O individualismo embarcou na estrutura
A insatisfação também quis se fazer presente nos versos

Os sentimentos se uniram
Fizeram um pacto poético
Herdando um pouco ‘dele’
E repassando muito para ‘nós’

Ele foi do lírico ao épico
Do antigo ao moderno
Dizendo sim a inspiração
Separando-se da razão

Deixou legado
De mocinho da poesia
Bandido da rotina
Herói das escritas

Ele é o poeta!
É Gonçalves Dias...
Brasileiro de alma e coração
Poeta que encanta com emoção

Amor de carnaval vai ao altar




Na folia os olhares se encontraram
Em meio à multidão
Ao som do samba
Na mistura entre extremos

A fantasia envolveu dois seres
E no embalo do carnaval
Almas tropeçaram
E corações se esbarraram na avenida

Ah!!!
A farra deu lugar ao romance
Ao beijo doce, encantador
Ao anseio que contagia

Os dias se alimentaram de mistério
As noites se deliciaram em quereres
A paixão se empolgou
E resolveu ir além dos quatro dias

O romance surgiu fantasiado
Rompendo segredos
Indagando ocasiões
Buscando no presente um futuro

Ah!!!
O amor roubou a cena
E bailando por entre sonhos
Resolveu romper barreiras

O sentimento deu um passo mais firme
E em meio as serpentinas da vida
Resolveu selar o encontro carnavalesco
Com o “sim” dito no altar

* Essa poesia eu dedico ao casal Vanessa e Douglas que no próximo sábado (12) vão subir ao altar e confirmar uma união que o destino já se encarregou de selar. Parabéns aos noivos e muitas felicidades!!!

Chuva



Chuva que cai tão mansa
Que traz lembrança
Move a alma
Cega o sentimento

Chuva que se perde em quereres
Sussura desejos
Aprisiona pensamentos
Encontra-se no momento

Chuva serena
Que branda a intimidade
Desvia caminhos
Palpita para o pecado

Chuva que rabisca o silêncio
Que esquece de si
Procurando por dois corpos
Que suspiram de saudade

Amor de Gaúcho


Não importa se o céu está sorrindo
Se as nuvens brincam de se esconder
Se o sol reflete o desejo
Ou apenas me faz lembrar você

A prenda mais preciosa
A donzela que ofuscou minha estância
A mulher que me roubou um beijo na garoa
A garota tão meiga em seu inocente vestido de chita

Bah!!! Gauchinha
Que prepara o mais gostoso chimarrão
Não abre mão de um bochincho
E no fandango me encanta


Meu amor precisa dos versos
Meu desejo precisa da poesia
Para levar gritos apaixonados
No rincão da minha amada

Que venham os dias
Que cheguem as noites
Eu não abro mão
De ser seu e de você ser minha

Casamento


Palavras já foram ditas
Sentimentos sentidos
O amor multiplicado
O eu complementado

O querer foi descrito em versos
O companheirismo roubou a poesia
Transformando-se em formas de viver
A paixão do dia-a-dia

Do namorico ao casamento
Um grito, um agito, um riso
Um homem que precisa de uma mulher
Uma mulher que encontrou seu homem

* Essa poesia dedico ao casal Fairús e Régis que hoje (05/01/13) sobem ao altar para dizer o "Sim" para toda a vida. Meus votos de felicidades!!!

Declaração de um Gaúcho


Baita morena dos olhos verdes
Do sorriso largo
Da boca que deseja a minha

Prenda que conquistou meu coração
Fez da solidão tardia
Um amor em constante erupção

Bah!!! Como vivi tanto tempo sem ti
Cupincha minha
Razão do meu viver

Tu, guria...
Fez do inferno, o paraíso
De um pobre homem, um macanudo

Palavras então me faltam
Versos insistem em se perder
E na poesia se encontrar

Sussurrando em declaração
Um doce “Te amo donzela”
Hoje e para todo sempre