Saiba...


Saiba pedir perdão
Saiba dar carinho
Saiba sentir querido
Saiba querer

Saiba pedir um favor
Saiba dar um sorriso
Saiba sentir amado
Saiba amar

Saiba que você faz parte de uma vida
Saiba que essa vida pode ser a minha

Gente ainda ama gente


Nos gritos de uma noite vazia,
Caminhava sem saber para onde,
Pensava em não sei o que,
Falava o que ninguém podia ouvir.

Era eu,
Somente eu;
Tudo parecia ter fim
Ou, ser o fim.

De repente
Meu vazio ganhou companhia,
E, como um vulto,
Você apareceu.

Coloriu o meu ser,
Aqueceu o coração,
Fez-me sentir gente.

Gente que ainda ama gente,
Gente que ainda crê no amor.

A morte


Hoje a tristeza não faz mais visitas,
O espírito já não está cansado,
O corpo está tranquilo como as borboletas.

As recordações viraram obsessão da alma
A saudade, mestre da luz
Os soluços, germinação dos efeitos.

O sentimento ficou puro,
Crucificou o maligno,
Tornou a dor compreendida.

Os cabelos que eram opacos,
Provocaram pela última vez
O embalo dos cachos agora sem cor.

A pele maltratada pelo tempo,
Tornou-se sensível
Feito uma flor arrancada do jardim.

A face de boneca solitária
Condenou a rebeldia
E, a mocidade adormecida.

O coração... Ah, o coração!
Deu adeus aos tempos felizes
Apagando-se junto ao último suspiro.

A Inveja


Ela não pede licença,
É inconveniente,
Desagradável ao extremo.

Penetra na vida da gente,
Transforma atos em delírios,
Reino encantado em muro desabado.

Jorra ignorância,
Acredita que tem poder,
Escraviza-se na vida alheia.

Transforma o espírito em mendigagem,
A felicidade em tempo passado,
Guarda a lógica a sete chaves.

Teme ficar na história dos fracassados,
Culpa todos pela sua incompetência,
Unifica-se com a produção do próprio veneno.

Corre de um lado para o outro,
Louca para triunfar solidão,
E, proporcionar discórdia aos corações.

Pobre coitada!
É a inveja;
Somente, a inveja.

Sozinha quer vencer espíritos bons,
Jogar o amor no precipício,
Queimar as chamas da amizade.

Quer destruir lares,
Tirar o firmamento eterno da confiança,
Ser pioneira dos desentendimentos.

Pobre coitada!
A inveja acredita que pode muito,
Mas o muito, é muito pra ela.

Amor é poesia


Cabisbaixa,
Sentada na poltrona amarela e confortável,
Pego-me pensando em você.

Fico quieta,
Deixando o sentimento fluir,
E, entrego palavras ao vento.

Pouco a pouco,
A folha que quase caiu no chão,
Começa a ser rabiscada.

Os lábios tremem,
Os soluços surgem,
A poesia também.

O amor vira versos,
Doce embalo da alma,
União de dois seres.

A paixão cabe em estrofes,
Entregue ao desconhecido
E, ao perfume desvairado da eternidade.

O medo vai de quintilha
Hiper-sensível,
Em caminhos curtos,
Pouco sorridente,
Abraçado ao “felizes para sempre”.

A saudade pede rima,
Promete não querer a solidão
E, não sofrer por ilusão.

O perdão sinaliza o ritmo,
A desculpa já não arde,
E, o aceitar não é covarde.

Assim,
É amor;
Um Sentimento capaz de transformar atos,
Em melodias sublimes,
Que atiçam a escrita.

Escrever


Escrevo porque preciso.
Palavras são como um vício,
Um veneno necessário para a alma.

Não importa se alguém vai ler;
Escrever vai além do leitor,
Pois, a palavra tem poder.

Poder de ferir,
Poder de tocar,
Poder de correr contra o vento.

Escrever é escrever para o nada;
É ser poeta do riso e do pranto,
E, saber que não existe dia nem hora.

Escrever é sentir-se preparado,
Ou talvez, preparar-se para escrever.

Mocidade


Oh! Como é bom viver no embalo da mocidade,
Regada de desejos e vontades;
Ver o meu ser bailar no vai e vem das emoções,
E, não precisar prestar contas a ninguém.

Ser dona de mim...
Da minha própria rebeldia.

Sorrir... enquanto o mundo chora pelos problemas,
E a alma entra em crise com as irresponsabilidades.

Ter o direito de dizer “sim”,
Ou, “não”.

Avante! Vou banhar a mente de festejos,
Sentir o amor e seus sintomas;
Não importar com as ilusões,
Com os prantos e choros que virão.

Isso! Posso trocar a experiência pela inocência,
Morder as regras,
Devorar sonhos,
Engolir as turbulências.

E, é assim, que eu quero ser...
Até que o lado “grande” e “desconhecido” chegue,
E me afaste do que algum dia em fui.

"Como posso?"


Como posso ser feliz
vendo "gente" caluniando "gente"
pessoas comendo "lixo"
homens descalços no chão ardente

Como posso buscar a união
se vivo em um mundo enjaulado
longe da verdade
e, muito perto da perseguição

Como posso ter esperança
se até a existência está comprometida
se filhos não respeitam pais
e pais não respeitam filhos

Como posso querer ser "Gente"
se a própria gente se autodestrói
mata, rouba, ameaça, tortura
e na ironia nada constrói

Como posso ser eu
se eu mesmo
não sei quem sou

O girassol e o amor


O dia amanheceu nublado,
O sol resolveu descansar,
O girassol acordou em silêncio.

As borboletas ficaram quietas e tristonhas,
As árvores suspiraram o desgosto.

O girassol sentiu-se envenenado,
Chorando contra o astro maior,
A angústia causada pela ausência.

Ausência de cor,
De paixão,
De idolatria.

Ausência de carinho,
De compreensão
E, de cuidado.

As pétalas que eram amarelas reluzentes,
Ganharam tons foscos e sombrios,
Perdendo o perfume de sua essência.

O girassol, pobre coitado,
Refletiu o amor,
O anseio mais profundo,
Intenso e humano.

Quando o sentimento se foi,
O girassol murchou;
Perdendo o gosto pela vida,
Retribuindo o fim.

“Ser Gente”


Ser Gente
é se embriagar de problemas
sem saber se há soluções

Ser Gente
é beber o néctar da corrupção
com os lábios vermelhos da indignação

Ser Gente
é conhecer a hipocrisia
e mesmo na ignorância saber compreendê-la

Ser Gente
é chorar a partida
é sofrer; é perdoar; é “brincar de aceitar”

Ser Gente
é se entregar ao amor
viajar em ilusão
crer na paixão

Ser Gente
é ter a humildade de dizer “sim”
e a coragem de dizer “não”

Ser Gente
é ser sonhador
e acreditar em “faz de conta”

Ser Gente
é ser fraco, é ser forte
é ser feliz, é ser triste

Ser Gente
é sentir grande
mesmo quando o mundo te coloca pequeno demais

Ser Gente
é ver a doçura que há na “Gente”

O que é o amor?


O amor é ser dois
E, ao mesmo tempo um só.

O amor é ser fogo
E, ao mesmo tempo fumaça.

O amor é ser forte
E, ao mesmo tempo flexível.

O amor é ser quente
E, ao mesmo tempo uma brisa fria.

O amor é ser estranho
E, ao mesmo tempo um vendaval fascinante.

O amor é ser uma melodia acelerada
E, ao mesmo tempo um silêncio compreendido.

O amor é ser qualidades
E, ao mesmo tempo uma aceitação de defeitos.

O amor é ser presente
E, ao mesmo tempo um desviar para o futuro.

O amor é ser tudo,
E, ao mesmo tempo...
Ser nada.

O pequeno poeta fugiu


Era um menino pequeno,
Que moldava palavras,
Transformava verso em poesia.

Entre linhas ele era o rei,
Molhava a ponta da caneta em um nanquim,
E, o que era preto e branco,
Logo se enchia de cor.

O pequeno poeta um dia foi censurando;
Roubaram sua caneta,
Esconderam o seu nanquim.

Ele não se conteve com melodias secas,
Em um mundo sombrio,
E, severo demais.

Escrever era preciso;
Já tinha se tornado um vício.

Sem saber para onde ir,
O poeta resolveu fugir.

Seja bem vindo, Ano novo!



A contagem regressiva começa.
Os sorrisos voam alto,
A alegria toma conta das faces,
Os números se tornam melodias.

As pessoas ficam mais próximas,
A ansiedade se torna passageira,
A esperança se reconstrói.

Os sonhos são moldados pelo vento,
Espalham vontades,
Tecem o puro querer.

A renovação se movimenta,
Corre de um lado para o outro,
Não teme em se atrasar.

Os agradecimentos são proferidos,
Alguns em tom forte e agudo
Outros, em murmúrios de silêncio.

Os fogos começam.
O brilho envolve as cores,
Não pede licença,
Faz show pra poucos
E, espetáculo para muitos.

O velho ano se despede,
Suspira seu último adeus;
Vai embora deixando lembranças
E, saudade do tempo que não espera por ninguém.

De mansinho,
Ainda um pouco tímido,
Chega o Ano Novo.

Seja bem vindo, aos seus 366 dias!


*Dedico este poema a cada um dos meus leitores e, aproveito para agradecer pela companhia durante esse ano. Se 2011 foi bom, 2012 será muito melhor. Que venham as POESIAS!!! Feliz ano novo.