Oração do poeta


Ó Senhor
Permita que os versos sejam eternos
Que embalem as almas felizes
E os prantos da donzela

Que a poesia encontre um caminho
Que seja infinita
E viva implorando a compreensão da rima

Ó Pai
Suplico pela inspiração
Fonte da junção das palavras
Essência das tímidas estrofes

Peço também que a madrugada não seja amarga
Que o papel tenha mais do que rabiscos
E que a luz só se apague depois da concepção poética

Ó Senhor
Que o amor seja o destino dos homens
A saudade uma companheira distante e liberta
Que os sonhos não sejam momentâneos
A fim de concretizar a vida em poesia

O "sim" no altar


Quando o amor fala mais alto
É hora de deixar de ser dois
Para viver a emoção de ser um só

É hora de jogar o medo pela janela
Amadurecer o verbo amar
E não ter receio do eterno

É hora de conservar a perene inocência
De reviver o passado que já passou
E relembrar das promessas misteriosas

De reviver o primeiro olhar
O beijo primário e abrasador
O toque ardente tão "nosso"

É hora de buscar o sossego
De dar passos juntos
Prosseguir escrevendo uma história

É hora de contemplar um ao ao outro
Subir ao altar com as pernas ainda trêmulas
E dizer sorrindo o "sim"
O "te aceito" para todo sempre

* Esta poesia dedico ao noivos Odete Cristina e Higor Honorato. Eles vão selar o amor neste sábado (23). Felicidades!!!

O inverno chegou


Uma brisa fria e arrogante
Toca o rosto
Arrepia o corpo
E faz tremer um coração desconcertado

As janelas batem sem parar
A lareira já não aquece como antes
O suspiro é gelado
E o cobertor me sufoca com o passado

O fondue não tem mais sabor
O vinho seco reflete o gosto amargo da vida
E  as taças, vazias e separadas
Sintonizam um tempo onde já não existe o "nós"

Lá fora a chuva chega devagar
Olho para os pingos
Doces, singelos, misteriosos
Procuro então, entender os amores
E desamores de cada estação

Infância

 

Ah!!!
Lembro-me de quando era criança
Quando pelas ruas corria descalço
Pulava amarelinha no passeio
E brincava de esconde-esconde

Enxergava a vida
Como uma amarração de alegrias
Onde eu era o protagonista
De um tempo de fantasias

Ah!!! Doce infância
Porque teve que ir embora
Deixando-me sozinho
Com as responsabilidades
Que quando pequeno não tinha

E agora, só me resta à saudade
De um tempo onde fui herói
Mocinho
E até o “bandido” das minhas próprias histórias

Com você



Sem você,
Não sou nada.
Com você,
Eu sou tudo.

Vejo a felicidade,
Trombo com a esperança,
Conheço a chama ardente da paixão,
Entendo o amor que vem do coração.

Faço o corpo sentir o suspiro sem sentido,
Dando adeus ao "nada",
Completando o "eu",
Indo ao encontro do "nós".

Com você,
Sou tudo.
Sem você,
Eu não sou nada.

* Esta é uma homenagem do blog Poesia Impulsiva a todos os casais que deixaram de ser "nada" para se tornarem "tudo". Que neste Dia dos Namorados vocês vivam e revivam o amor, esse sentimento tão profundo e tão pouco compreendido.