Fim do mundo



O fim quando se revela
Na verdade não se revela
Encontra-se nas bocas malditas
Perde-se em meio a multidões enfurecidas

Diz que o calor é agora
Da água parece esquecer
Lembra-se dos terremotos
Esconde nas idas e vindas dos tsunamis

Tenta adivinhar dizeres
Faz planos [eles se perdem]
Fala para sossegar
Cala-se para não lembrar

Se isto é o fim...
Prazer!
O poeta já vai indo
A poesia, teimosa, diz não aceitar a despedida

Poeta maluco

Sou poeta maluco
Maluco eu sou
Como palavras
Deito-me com os versos
Estupro as estrofes
E no fim...
Dou gargalhada
Da minha própria CRIAÇÃO

O homem



O homem ...
Luta
Ganha
Perde
Constrói
Destrói
Ama
Maltrata
Ilude
Culpa
Perdoa
Chora
Sorri
Diz
Não diz mais
Vive!
E não sabe pra que
Nem porque [vive]

Saudade do menino


Eis um pesadelo que me aflige
Um ser com lágrimas
Com o intuito de ser só
Vivendo sem rumo
Vivendo sem canto
Sonhando com nada

Ah, coração!
Bandido
Traiçoeiro
Sem escrúpulos
Sem dor...
Ou com dor demais

Sinto teu cabelo esvoaçado
Encostando-se ao meu
Sua boca macia
Engolindo a minha
Seu toque quente
Delirando-se em prazer contínuo

Doce menino!
Eis que fez milagres
Apresentou-me o amor
Envolveu-me numa paixão sem nexo
E depois de um suspiro intenso
Se foi... [sem dizer se voltaria]