Fechando a porta
A alma soluça com a partida
O coração chora com o fim de uma história
E a alegria se perde em meio aos capítulos não escritos
O sentimento fica desnorteado
Vejo a porta se fechar
Ela é rápida, cruel, mas necessária
Não consigo pará-la
Nem correr, fugir
Ou apenas esconder das meras explicações
Ela bate! Forte e decidida
O orgulho dá lugar a incapacidade
Sem direito a questionar a vida e suas razões sem razões
Tinha que ser nós dois
Era uma menina
De passos largos, mas presentes
Que passava sempre na mesma rua
Reinventando sorrisos
Encontrando um mesmo olhar
Entre cumprimentos
Eis que conheceu a cumplicidade
O sentir além do querer
O receio sem razão
Ou a razão com muito receio
Apesar de um sentimento formado
As circunstâncias foram agressivas
Estar junto não era permitido
E a vida foi tomando novos rumos
Dando espaço a outros protagonistas
Ah! O tempo passou
E em um novo momento
Os olhares primários voltaram a se encontrar
Talvez mais intensos
E ao mesmo tempo dispostos
Foram quinze anos
Dias distintos
Estações imprecisas
Idas e vindas
Risos remodelados
A menina virou mulher
O menino, o homem dela
Não havia nada que impedisse a cena
As mãos se uniram
Os corpos se encaixaram
A espera ficou para trás e o espetáculo teve início
A fotógrafa se entregou ao tatuador
Com a certeza de que o amor só poderia existir
Se eles fizessem parte do mesmo ato
* Esta poesia eu dedico ao casal Cris Fernandes e Timba. São singelas palavras, mas que descrevem um grande amor. Desejo muitas felicidades e que o casamento só venha a selar ainda mais o sentimento nutrido pelos dois. Felicidades, sempre!!!!
Doce chuva
O vento sopra forte
As nuvens perdem a timidez
Os pingos começam a cair
E a lembrança surge sem pedir licença
Minha alma sente frio
O coração troveja em meio à saudade
Houve-se o silêncio
E o corpo mesmo calado ainda soluça
Os olhos se fecham
E a mercê da sorte te encontro
Te vejo tão perto
Te sinto tão meu
De mãos dadas caminhamos
Colorindo sentimentos
Trocando risadas inocentes
Roubando a razão que não tem razão
Em meio ao clarão
Você me abraça, me conforta
Meu mundo desaba no seu
Nossos corpos se encontram para se perderem
Hum!!!
Não quero sentir o gosto salgado da realidade
Quero chuva, doce chuva que desvia a espera
Que sempre me traz você
As nuvens perdem a timidez
Os pingos começam a cair
E a lembrança surge sem pedir licença
Minha alma sente frio
O coração troveja em meio à saudade
Houve-se o silêncio
E o corpo mesmo calado ainda soluça
Os olhos se fecham
E a mercê da sorte te encontro
Te vejo tão perto
Te sinto tão meu
De mãos dadas caminhamos
Colorindo sentimentos
Trocando risadas inocentes
Roubando a razão que não tem razão
Em meio ao clarão
Você me abraça, me conforta
Meu mundo desaba no seu
Nossos corpos se encontram para se perderem
Hum!!!
Não quero sentir o gosto salgado da realidade
Quero chuva, doce chuva que desvia a espera
Que sempre me traz você
Menina Mulher
Ah!
No espelho a essência se reflete
O olhar se torna mais intenso
O vermelho invade a boca
O rosto miúdo fica camuflado
Perde-se em perfumes ousados
Saboreia momentos antes tão inocentes
Faz sonhos optarem pelo salto alto
Tropeça nos próprios limites
Sopra o vento que insiste em trazer saudade
Esconde do escuro tão infantil
Engolindo soluços mimados
Opta por uma maturidade que consegue rir
Que não se preocupa com confissões
Que não se cala no passar das estações
Nem se sacia com carícias hipócritas
Estremece diante do correr tão livre
Que faz do “esperar” apenas um verbo
Mostrando que a mulher de hoje
Vive a suspirar pela menina que nunca se foi
Quero fugir
Eu estou cansada
Surrada por golpes da vida
Maltratada por dores tão minhas
Não me sinto inteira
Insisto em me esconder
Livrar-me de expectativas frustradas
A caminhada não tem tanto incentivo
Do choro não tenho mais receio
Os gritos já não me libertam
Surrada por golpes da vida
Maltratada por dores tão minhas
Não me sinto inteira
Insisto em me esconder
Livrar-me de expectativas frustradas
A caminhada não tem tanto incentivo
Do choro não tenho mais receio
Os gritos já não me libertam
Uma enorme muralha invade o coração
O controle perde o controle
E os sonhos viram alucinações
Quero fugir!
Fugir do que talvez não tenha fuga
Fugir para quem sabe me encontrar
O controle perde o controle
E os sonhos viram alucinações
Quero fugir!
Fugir do que talvez não tenha fuga
Fugir para quem sabe me encontrar
Meu eu
Sou o que penso
O que falo
O que sinto
Ou não sintoSou meu silêncio
O grito mais profundo
A saudade que dói
Ou a lembrança que fica
Sou uma miragem na escuridão
Um cenário de escolhas
Uma forma impulsiva
Com alguns sonhos interrompidos
Sou a razão
As experiências brutalmente impostas
A força incompreendida
A normalidade que beira a loucura
Sou...
Sou um alguém que não se contenta
Em ser apenas mais um na multidão
E ter que engolir sorrindo os parâmetros hipócritas
E impostos pela própria sociedade
Sou eu
Sou filha da vida
Caminho em meio a luz da lua
Faço do destino uma história
Crio faces
Moldo caretas
Sinto saudades
Venço ausência
Esta... sou eu
Um ser "perdido"
Em seu próprio encontro.
Erre
Erre nas palavras
Nos substantivos
Nas concordâncias
E nas apurações
Erre nas provas
No conhecimento
Nas escolhas
Ou em situações
Erre nas expressões
No caminhar enviesado
Nas horas interrompidas
E no prazer não saboreado
Erre nos jogos
Nas convicções
Em meio a multidões aglomeradas
Ou na própria solidão
Erre quantas vezes for necessário
De quantas formas conseguir
Só não erre o caráter
Pois esse, nenhuma "borracha" é capaz de corrigir
Meu pai
Pegou-me no colo
Acompanhou meus primeiros passos
Vibrou ao ouvir seu nome vindo dos meus lábios
Sorriu com o meu sorriso
Dedicou-me o amor incondicional
E não me pediu e nem esperou recompensas
Levantou-me quando caí
Enxugou tantas lágrimas minhas
Apresentou-me a esperança e o querer recomeçar
Enfrentou suas fraquezas
Compreendeu minha intolerância
Soube se calar quando eu necessitava de silêncio
Protegeu-me dos “fantasmas” da vida
Buscou ser perfeito na sua imperfeição
Foi meu herói e meu exemplo
[Re]Desenhou meu caminho
Abortou seus próprios sonhos
Para que eu pudesse realizar os meus
Soube amparar meu cansaço
Foi amigo e companheiro nos momentos incertos
Acreditou em mim sem pedir explicações
Esse, é o meu pai!
Homem que não se faz com palavras
E que devo eternamente meu “muito obrigada”
*** Essa poesia dedico ao meu pai, José Dornelas Ramos. Ele é uma pessoa maravilhosa e que eu amo e tenho o orgulho de chamar de PAI. Dedico também estas estrofes a todos os papais do mundo, estes que honram o "título" que receberam. Feliz Dia dos Pais!!!
Princesa
Não tem vestido rodado
Nem coroa brilhante
Ela sorri de verdade
Tem sonhos comuns
E não espera pelo cavalo branco
Ela mostra ternura no olhar
Enfrenta chuvas de machismo
Mau tempo recheado com críticas feministas
Ela aprende a ser musa
Menina do batom cor de rosa
Donzela num mundo tão rude
Ela não esconde a alegria
Enfrenta a etiqueta
Se perde no salto alto
Ela não fica adormecida
Desperta e saboreia conceitos
[Re]inventando o tal mundo encantado
Ela é independente
Busca conhecimento
E não camufla nem perde a essência
É deusa de vários contos de fadas
E a realidade não a intimida
Princesa, quem disse que você não existe?
* Esta poesia é uma homenagem a uma pessoa que tive a honra de conhecer pelos caminhos do jornalismo. Nathalia de Mesquita é psicopedagoga e fundadora da Escola de Princesas. A escola é um projeto criado para levar às meninas de quatro a 15 anos valores e princípios morais e sociais, e não somente etiqueta ou comportamento. Ela acredita tanto em princesas como eu acredito na poesia. Se quiserem saber mais sobre o projeto, segue o link: Escola de princesas em Uberlândia supera expectativas de professora
Fim antes do fim
Do que adianta relembrar seu olhar
Se seus olhos não vão mais cruzar com os meus
Se seus olhos não vão mais cruzar com os meus
Do que adianta buscar um abraço
Se o seu corpo não lembra mais do meu
Se o seu corpo não lembra mais do meu
Do que adianta querer lhe ouvir
Se você bloqueou todas as palavras
Se você bloqueou todas as palavras
Do que adianta pensar em você
Se os seus pensamentos vagam tão longe
Do que adianta torcer por um reencontro
Se você nem sequer me permitiu dizer adeus
Se os seus pensamentos vagam tão longe
Do que adianta torcer por um reencontro
Se você nem sequer me permitiu dizer adeus
Do que adianta sentir saudades
Se nem as lembranças você quis preservar
Do que adianta ter sonhos
Se nem as lembranças você quis preservar
Do que adianta ter sonhos
Se você nem sequer quis acreditar neles
Do que adianta viver por você
Se no túmulo da hipocrisia você fez questão de se enterrar
Meras verdades
Quem disse que o amor é calmo
É porque não viveu o encontro de dois corpos
Quem disse que o amor é só alegria
É porque não sentiu a dor da saudade
É porque não viveu o encontro de dois corpos
Quem disse que o amor é só alegria
É porque não sentiu a dor da saudade
Quem disse que o amor é coeso
É porque não conhece os prazeres da contradição
Quem disse que o amor é sinônimo de liberdade
É porque não entende como o bom ser preso por vontade
Quem disse que o amor tem pilar no diálogo
É porque não vivenciou os deleites do silêncio
Quem disse que o amor é descritível
É porque não encontrou a razão do sentimento
É porque não conhece os prazeres da contradição
Quem disse que o amor é sinônimo de liberdade
É porque não entende como o bom ser preso por vontade
Quem disse que o amor tem pilar no diálogo
É porque não vivenciou os deleites do silêncio
Quem disse que o amor é descritível
É porque não encontrou a razão do sentimento
Quem disse?
Pouco importa...
Vou-me agora, pois o amor não demora.
Pouco importa...
Vou-me agora, pois o amor não demora.
Possibilidades
Se apenas por um instante
Você sentasse na cadeira ao lado
Fizesse da euforia um silêncio tímido
E olhasse devagar o retrato embaçado na parede
Se você sentisse o perfume doce
O toque suave que arrepia a alma
O grito que não foi ouvido
As letras que foram interrompidas pelo tempo
Se você tentasse refazer sonhos
Reviver momentos
Escrever uma nova história
Ou simplesmente reescrever alguns capítulos
Se você revivesse os desejos da juventude
Avançasse com passos largos o prazer
Encontrasse o “eu” na escuridão dos quereres
E não tivesse medo da junção de pronomes
Ah!
Se o “se” deixasse de ser hipótese
A esperança talvez não fosse abortada
E o amor não se tornaria tão inatingível
O amor é um espetáculo
Viva!
Nossos olhares se encontraram
Nossas bocas se perderam
Uma história começou a ser escrita
Foi num domingo de inverno
Em meio a um espetáculo circense
Que o palco perdeu o brilho
E o público se sustentou em nós
A paixão de infância se reacendeu
As mãos transpiraram
Os corações gritaram enlouquecidamente
O sentimento acabou roubando a cena
E não havia palhaço algum
Capaz de mudar a diversão
Houve a entrega
O cultivo de novos sonhos
A busca por quereres púberes
Um encontro cheio de malabarismos
O amor se tornou o espetáculo
Onde nós fomos os protagonistas
Apresentando as melhores cenas
E nos deliciando em aplausos enérgicos
O amor e o futebol
A vida
A vida é uma via de mão única...
Tentamos ultrapassar problemas
E acabamos colidindo nos medos
Ou
atropelando os sonhos
Páscoa
O momento é de renovar a alma
Libertar os males que aprisionam
Fazer presente a fé
E a crença na humanidade
É hora da partilha
De se doar e estender a mão
Da fraternidade verdadeira
E da santa comunhão
O período é de amar o próximo
De gritar a liberdade
Orar por perdão
Agradecer pela regeneração
É tempo de Páscoa!
De relembrar a ressurreição do Senhor
Comendo o pão da entrega
Bebendo no cálice da salvação
*** Que a Páscoa seja recheada de coisas boas. Deixe que seu domingo ir muito além dos ovos de páscoa. Essa é a mensagem do Blog Poesia Impulsiva para você neste dia tão especial.
Frio
O frio lá fora
Não faz tanta importância
Quando o coração aqui dentro
Gelado está sem a sua presença
Ser diferente é normal
Cores,
Flores,
Risos
E rabiscos
Brincadeiras,
Histórias,
Sentimentos
E anseios
Lágrimas,
Gargalhadas,
Sussurros tímidos
Vivências ousadas
Chega de hipocrisia!
Igualdade é para os fracos
Na vida ser normal
É ser diferente
* Homenagem do blog Poesia Impulsiva ao Dia Internacional da Síndrome de Down (21 de março)
Passado
Hum!
Estes olhos claros não me pertencem
Essa boca macia não lembra mais da minha
Este corpo quente já não reconhece o meu
As lembranças perturbam
Embaraçam os quereres
Perambulam noites frias e solitárias
Buscam nas lágrimas um consolo
O que restou foi nostalgia
Aventura da juventude
Delírio de quem crê em amor
De quem se entrega quando o certo é recuar
Hum!
O tempo sobreveio depressa demais
Os beijos se perderam em meio aos anseios
Que um dia eu tive e hoje não tenho mais
Outono
É no cair das folhas
Que corpos se encontram
Olhares se misturam
Quereres se descobrem
Que corpos se encontram
Olhares se misturam
Quereres se descobrem
A velha canção se faz presente
A chuva fina começa a cair
O vento perde a timidez
As árvores embalam em danças sensuais
Ouvem-se gritos gostosos
Inocentes e encantadores
A chuva fina começa a cair
O vento perde a timidez
As árvores embalam em danças sensuais
Ouvem-se gritos gostosos
Inocentes e encantadores
Os anseios aparecem
E os delírios do Outono também
E os delírios do Outono também
Poesia Impulsiva
Ela chega nos momentos mais inoportunos
Tira o sono
Faz com que a fome vá embora
Bagunça o que antes estava organizado
Faz o riso virar pranto
A saudade se afundar em lembranças
O amor se colidir com a ilusão
O querer ir além do poder
Torna o ambiente um exagero
A dor uma obsessão
O pecado mais que um companheiro
As palavras um vendaval de loucura e sanidade
Arrebata a alma
Recua o tempo maldito
Derrete a fantasia
Recusa-se em ser passageira
É compulsiva
Paradisíaca
Possessiva pelas letras
Envergonhada pelo desespero da escrita
É poesia... Poesia Impulsiva
Arte que transforma palavras
Sentimento que gera estrofes
Desejo que pede para ser morto sem rodeios
*Este texto é uma homenagem do Blog ao Dia Nacional da Poesia, comemorado em 14 de março.
Ser Mulher
Ser mulher…
É não temer o balanço da vida
Driblando a insegurança
E acreditando no inacreditável
É saber dizer “sim”
Ouvir “não”
Aceitar verdades
Enganar-se nas mentiras tão presentes
Ser mulher…
É recusar-se a ser fraca
A ter menos sonhos
Ou viver fingindo que vive
É estar em mil lugares
Correndo atrás do futuro que se perde
Dos conselhos tão ocultos
Dos papeis que se invertem
Ser mulher…
É identificar um olhar triste
E usar da doçura das palavras
Para reviver sorrisos esquecidos
É ser a protagonistas dos diversos episódios da vida
Somando recompensas
Dividindo amor
E multiplicando a beleza de ser quem é
Ser mulher…
É ser cheia de mistérios
Se envolver nas emoções
E se arrastar em meio a tantos quereres
É estar pronta…
Para ser filha, mãe
Dona de casa e empresária
Sem deixar jamais de ser a MULHER
A chuva e os sonhos
Chuva que chove lá fora
Que lava a saudade
Alaga os delírios mais ocultos
Faz e desfaz de tantos quereres
Chuva que vem da rua
Que invade faces
Que arranca soluços
Que perturba e acalma ao mesmo tempo
Que lava a saudade
Alaga os delírios mais ocultos
Faz e desfaz de tantos quereres
Chuva que vem da rua
Que invade faces
Que arranca soluços
Que perturba e acalma ao mesmo tempo
Chuva que é minha
É sua
Que Vive
E morre em cada pranto
É sua
Que Vive
E morre em cada pranto
Chuva que deixa chover
E molhar os sonhos
Que na lama se esconderam
A espera de serem limpos pelos pingos
E molhar os sonhos
Que na lama se esconderam
A espera de serem limpos pelos pingos
Quereres
Quero viver sentindo o seu cheiro
Respirando o seu corpo
Mergulhando em seus lábios carnudos
E com um suspiro louco e nada solitário
Sentir o êxtase da transformação de dois em um
Respirando o seu corpo
Mergulhando em seus lábios carnudos
E com um suspiro louco e nada solitário
Sentir o êxtase da transformação de dois em um
Sonhos interrompidos
Foi num domingo
Ainda de madrugada
Ao som de ritmos
Em meio a danças juvenis
Em meio a danças juvenis
Vidas foram perdidas
Sonhos interrompidos
Sonhos interrompidos
Lágrimas liberadas
E saudades eternizadas
E saudades eternizadas
A diversão se tornou tragédia
O desespero se fez presente
A lua, pobrezinha
Chorou por aqueles que não conseguiram se despedir
O desespero se fez presente
A lua, pobrezinha
Chorou por aqueles que não conseguiram se despedir
Mães ficaram inconsoláveis
Santa Maria, inconformada
E o Brasil enlutado
Por tantos jovens perdidos em tão pouco tempo
E o Brasil enlutado
Por tantos jovens perdidos em tão pouco tempo
É hora de fechar os olhos
E em meio a versos tristes
Levar o consolo e o abraço
A quem aguarda as condolências
E em meio a versos tristes
Levar o consolo e o abraço
A quem aguarda as condolências
* Por meio destes versos, o Blog Poesia Impulsiva manifesta
a solidariedade aos amigos e familiares das vítimas da tragédia de Santa Maria
(RS). No último domingo, mais de 200 jovens morreram durante um incêndio em uma
boate da cidade. Sonhos foram interrompidos e famílias desestruturadas. O
Brasil chora o acontecido e a poesia também.
Sem medo de amar
Um sorriso desmedido se fez presente
Mãos se tocaram tímidas
Os olhos, arregalados, se fixaram uns nos outros
A boca... quieta, dengosa e ao mesmo tempo impaciente
Resolveu avançar o sinal e num beijo se encontrou e se perdeu
O coração entrou em maratona
Acelerou, desconfiado
Quis [des] controlar
E por fim se entregou ao puro e verdadeiro
Anseio da vitória humana – o querer para sempre
O amor não quis saber da distância
Da saudade que parecia ser imensa
Dos versos solitários que seriam gerados
O amor quis saber dele
E nele mergulhou sem medo de ser impedido
Dois se tornaram um
O sentimento se entrelaçou
Os corpos se encontraram
E num riso tímido
O “eu” se tornou “nós”
Gonçalves Dias
Em suas
mãos
A escrita
ganhou cor
Os versos
mais sabor
As
estrofes se deliciaram em poesia
O amor
foi além do sentimento
Ganhando
forma
Modificando
o intocável
Superando
as rimas presentes
O lirismo
deixou de ser singelo
Envolvendo-se
em uma herança clássica
Capaz de
transformar choro em riso
E renovar
o romantismo adormecido
O
sentimentalismo foi além dos rabiscos
O
pessimismo pediu licença
O
individualismo embarcou na estrutura
A insatisfação também quis se fazer presente nos versos
A insatisfação também quis se fazer presente nos versos
Os
sentimentos se uniram
Fizeram
um pacto poético
Herdando
um pouco ‘dele’
E
repassando muito para ‘nós’
Ele foi
do lírico ao épico
Do antigo
ao moderno
Dizendo
sim a inspiração
Separando-se
da razão
Deixou legado
De
mocinho da poesia
Bandido
da rotina
Herói das
escritas
Ele é o
poeta!
É
Gonçalves Dias...
Brasileiro
de alma e coração
Poeta que
encanta com emoção
Amor de carnaval vai ao altar
Na folia os olhares se encontraram
Em meio à multidão
Ao som do samba
Na mistura entre extremos
A fantasia envolveu dois seres
E no embalo do carnaval
Almas tropeçaram
E corações se esbarraram na avenida
Ah!!!
A farra deu lugar ao romance
Ao beijo doce, encantador
Ao anseio que contagia
Os dias se alimentaram de mistério
As noites se deliciaram em quereres
A paixão se empolgou
E resolveu ir além dos quatro dias
O romance surgiu fantasiado
Rompendo segredos
Indagando ocasiões
Buscando no presente um futuro
Ah!!!
O amor roubou a cena
E bailando por entre sonhos
Resolveu romper barreiras
O sentimento deu um passo mais firme
E em meio as serpentinas da vida
Resolveu selar o encontro carnavalesco
Com o “sim” dito no altar
* Essa poesia eu dedico ao casal Vanessa e Douglas que no próximo sábado (12) vão subir ao altar e confirmar uma união que o destino já se encarregou de selar. Parabéns aos noivos e muitas felicidades!!!
Chuva
Chuva que cai tão mansa
Que traz lembrança
Move a alma
Cega o sentimento
Chuva que se perde em quereres
Sussura desejos
Aprisiona pensamentos
Encontra-se no momento
Chuva serena
Que branda a intimidade
Desvia caminhos
Palpita para o pecado
Chuva que rabisca o silêncio
Que esquece de si
Procurando por dois corpos
Que suspiram de saudade
Amor de Gaúcho
Não importa se o céu está sorrindo
Se as nuvens brincam de se esconder
Se o sol reflete o desejo
Ou apenas me faz lembrar você
A prenda mais preciosa
A donzela que ofuscou minha estância
A mulher que me roubou um beijo na garoa
A garota tão meiga em seu inocente vestido de chita
Bah!!! Gauchinha
Que prepara o mais gostoso chimarrão
Não abre mão de um bochincho
E no fandango me encanta
Meu amor precisa dos versos
Meu desejo precisa da poesia
Para levar gritos apaixonados
No rincão da minha amada
Que venham os dias
Que cheguem as noites
Eu não abro mão
De ser seu e de você ser minha
Casamento
Palavras já foram ditas
Sentimentos sentidos
O amor multiplicado
O eu complementado
O querer foi descrito em versos
O companheirismo roubou a poesia
Transformando-se em formas de viver
A paixão do dia-a-dia
Do namorico ao casamento
Um grito, um agito, um riso
Um homem que precisa de uma mulher
Uma mulher que encontrou seu homem
* Essa poesia dedico ao casal Fairús e Régis que hoje (05/01/13) sobem ao altar para dizer o "Sim" para toda a vida. Meus votos de felicidades!!!
Declaração de um Gaúcho
Baita morena dos olhos verdes
Do sorriso largo
Da boca que deseja a minha
Prenda que conquistou meu coração
Fez da solidão tardia
Um amor em constante erupção
Bah!!! Como vivi tanto tempo sem ti
Cupincha minha
Razão do meu viver
Tu, guria...
Fez do inferno, o paraíso
De um pobre homem, um macanudo
Palavras então me faltam
Versos insistem em se perder
E na poesia se encontrar
Sussurrando em declaração
Um doce “Te amo donzela”
Hoje e para todo sempre
Assinar:
Postagens (Atom)